[i]Rúbia Nascimento
É com tristeza que escrevo, tiro de
dentro do meu ser a angústia que tem me corroído nesses últimos
meses. Alagoas tem aparecido como o estado que diminuiu a violência, daí eu
começo a me questionar como diminuiu? A cada dia que passa mais jovens negros,
pobres, periféricos estão tendo suas vidas ceifadas, pela violência, RACISMO,
negação de direitos, negação das políticas públicas entre outros fatores que
são encabeçados pelo RACISMO velado que temos no Estado brasileiro. Precisamos
ter o cuidado para quando formos olhar oGENOCÍDIO da juventude negra, não
só se focar nas grandes cidades dos estados, pois nas pequenas cidades também
são seres humanos que estão morrendo, não são meros números, dados, são jovens
negros que estão tendo suas vidas interrompidas, são mães que estão perdendo
seus filhos e aturando da mídia imunda que os coloca como bandidos. Até quando
aturaremos isso? Mídias racistas que continuam a dizer que nossos jovens são
bandidos e que bandido bom é bandido morto. Que o GENOCÍDIO contra
nosso povo negro é acerto de contas? Que conta é essa que precisa ser paga com
a vida de nossa juventude NEGRA? Quem define isso? E nós? Nós temos que aceitar
isso? Não, não. Não somos obrigados, precisamos ACABAR com esse nojento e
RACISMO que além de matar nossa juventude incentiva mais crimes, pois creio que
quando a mídia coloca as palavras que acima citei ela está fazendo apologia ao
crime sim. Mas não é apenas sobre a podre mídia que venho falar, mas sim que em
Alagoas o GENOCÍDIO não diminuiu da forma que queremos, na verdade
queremos que ele acabe, a cidade de PILAR está praticamente em guerra, todos os
dias jovens são assassinados, agora no município foi montada uma equipe para
diminuir a violência, mão não é só da polícia que se necessita, não é com
repressão que vamos acabar com as chacinas de jovens negros, pobres. A cidade
de Murici também está vivendo uma violência sem tamanho, São Miguel dos Campos,
Rio Largo, Maceió, entre outras. E aí nossos jovens continuam sendo
violentados, assassinados e a dívida que o Estado brasileiro tem para como
nosso povo negro a meu ver tem aumentado e muito. E aí o que faremos? Mais uma
vez pergunto: Como acreditar que a violência está diminuindo?
Ficam aí um pouco das minhas angústias e
sofrimento cada vez que vejo noticiários, que saio de casa, que converso com
amigos, vizinhos, enfim. A dor não passa, nem ameniza, apenas aumenta.
Conselheira nacional de Juventude
pela Rede de Jovens do Nordeste - RJNE, militante da Pastoral da Juventude do
Meio Popular - PJMP, Graduando em Administração e Educadora militante da Rede
de Educação Cidadã - Recid.