sábado, 19 de novembro de 2011

III FESTA DA COLHEITA DAS SEMENTES DA RESISTÊNCIA

III FESTA DA COLHEITA DAS SEMENTES DA RESISTÊNCIA
NA COMUNIDADE DE CAJAZEIRA IGACI – ALAGOAS
Dia 26 de NOVENBRO de 2011
PLANTAR, COLHER, CELEBRAR E MULTIPLICA.
CONVITE
COMPANHEIROS E COMPANHEIRAS
O Movimento dos trabalhadores e trabalhadoras do campo - MTC, Vem através deste convidar você e toda comunidade em geral (pastorais sócias e instituições parceiras) e o povo de Deus, para prestigiar a III FESTA DA COLHETA DAS SEMENTES DA RESISTÊNCIA que acontecerá no próximo dia 26 de novembro de 2011 às 14:h na comunidade de cajazeira, no município de Igaci /AL.
A festa da colheita já vem sendo realizada de forma itinerante e tradicional desde 2009 na sua primeira edição foi realizada no Acampamento Nossa senhora de Guadalupe em Igaci, em 2010 foi realizado na comunidade de Lagoa do Fim do mundo em Cacimbinhas, desta vez em 2011 volta ser realizado no município de IGACI na comunidade de Cajazeira, como símbolo da resistência e de luta em defesa da ecologia e da garantia de permanecia do povo organizado no campo.
Na sua terceira edição a Celebração da festa da colheita será realizada nesta comunidade para que juntos possamos agradece a Javé o Deus libertador que concede os frutos do trabalho e os frutos da organização do grupo de base que através da luta camponesa conquista a retirada do lixão que estava sendo instalado no centro da comunidade cajazeira. E também será momento de recordar a historia narrada na Bíblica sagrada no livro êxodo que conta a trajetória de luta do povo Hebreu que guiado por Javé e liderado por Moises, rompem a servidão ao faraó que escravizava o povo de Deus no Egito, mais javé Deus dos pobres, libertá-los da opressão (ex 3,16-22) por que; derrubou do trono os poderosos e os humildes exaltou ( Lc.1,51 )
O grito dos que trabalham nas colheitas chegou até os ouvidos do senhor.
Por isso, queremos contar com a presença em nosso encontro de irmãos, para celebramos juntos os frutos da Mãe terra e refletimos sobre a importância da ecologia para o plante.
Programação:
14:00hs – Acolhida dos Filhos e Filhas da Mãe terra
14:30 hs – Celebração da Santa Missa
15:30 hs – Mesa Redonda Com amigos e entidades parceira abordando a temática: Semente da Resistência em defesa vida e na construção do desenvolvimento sustentável e do poder popular
16:00 hs – Caminhada ecológica e plantação simbólica de sementes crioulas
16:30 hs – Churrasco camponês e forro PE de Serra
18:00 hs – Encerramento

Por favor, confirmar participação, pelo telefone: TIM (82) 9630-5995, 9939 1960 ou no CLARO 91122046 e se prefere através do e-mail mtc.of@hotmail.com
Certo da sua presença envia-lhe nossas saudações camponesa

“SEMENTES PATRIMÔNIO DO POVO A SERVIÇO DA HUMANIDADE”

Suyane Tenório
RECID\Agreste

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

PROGRAMAÇÃO DO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA 2011

MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA
UNIÃO DOS PALMARES
AQUI NASCEU A LIBERDADE!

04 a 20 de novembro
PROGRAMAÇÃO ARTÍSTICA E CULTURAL

04 de Novembro

Abertura oficial do Mês da Consciência Negra

Solenidade de Abertura
Local: Auditório da Prefeitura Municipal
Horário: 09:00h

Caminhada: PELA IGUALDADE E RESPEITO ÀS DIFERENÇAS
Horário: 15:00h
Concentração: Bairro Roberto Correia de Araújo
Chegada: Estação Ferroviária

Solenidade de Premiação dos XIV Jogos Estudantis Palmarinos - JEPS
Horário: 20:00h
Local: Estação Ferroviária

05 de Novembro

PALCO ALTERNATIVO
Local: Estação Ferroviária
Horário: 21:00h
DUNA
PALHAÇO PARANÓIDE
ESCRÚPULO DOUDA

12 de Novembro

PALCO HIP-HOP
Local: Estação Ferroviária
Horário: 20:00h
NAÇÃO ZUMBI BREAKERS
UNIÃO ZULU BREAKERS
ZULU FERNANDO

18 de Novembro

PALCO CULTURA POPULAR
Local: Praça Basiliano Sarmento
Horário: 20:00h
GRUPO BRILHO DA PAZ
CÔCO DE RODA ALTO DO CRUZEIRO
GUERREIRO UNIÃO

19 de Novembro

PALCO 20
Local: Praça Basiliano Sarmento
Horário:20:00h
AFRO ZUMBA
AFRO NAÇÃO DANDARA
JAH LOVE

20 de Novembro

TENDA ALTERNATIVA
Local: Estação Ferroviária
Horário: 19:00h

PALCO 20
Local: Basiliano Sarmento
Horário: 20:00h
RAÍZES DE ZUMBI
TRIBO DE JAH - MA
CLINTON FEARON - JAMAICA

20 de Novembro

Oferenda dos Religiosos da Matriz Africana
Local: Serra da Barriga
Horário: 04:00h

Abertura do Parque Memorial do Quilombo dos Palmares
Horário: 06:00h (Aberto ao público)

Cortejo dos Religiosos de Matriz de Africana
Local: Serra da Barriga
Horário: 07:00h

XXX Corrida da Consciência Negra
Horário: 08:00h
Largada: Prefeitura Municipal de União dos Palmares
Chegada: Serra da Barriga

Homenagens aos heróis quilombolas
Local: Serra da Barriga
Horário: 09:00h

Inauguração da Estátua de Zumbi dos Palmares
Local: Praça da Alimentação
Horário: 14:00h

Desfile Cívico
Local: Avenida Monsenhor Clóvis Duarte
Horário: 15:00h

Tenda Alternativa
Local: Estação Ferroviária
Horário: 19:00h

PALCO 20
Local: Praça Basiliano Sarmento
TRIBO DE JAH – MA
CLINTON FEARON - JAMAICA

01 a 20 de Novembro

Exposição Fotográfica: Nossa União dos Palmares
Local: Casa Maria Mariá

Exposição: Arqueologia na Região Serrana dos Quilombos
Local: Casa do Poeta Jorge de Lima / Centro Arqueológico Palmarino
Horário: 08:00h as 17:00h

07 e 08 de Novembro

Ciclo de Palestras Quilombo dos Palmares Vive!
Local: Auditório da Prefeitura
Horário: 19:00h

09, 10 e 11 de Novembro

II Mostra Quilombola de Cinema
Local: Auditório da Prefeitura
Horário: 15:00h as 22:00h

11 de Novembro

Missa de Ação de Graças e Lavagem da Casa Jorge de Lima e Praça Basiliano Sarmento
Local: Praça Basiliano Sarmento
Horário: 17:00h

12 de Novembro

Beleza Negra de Muquém
Local: Comunidade QuilombolaMuquém
Horário: 19:00h

12 e 13 de Novembro

III Encontro Alagoano de Hip-Hop
Local: Auditório da Prefeitura

13 de Novembro

I Copa da Liberdade de Basquete de Rua
Local: Quadra Municipal
Horário: 15:00h

13 de Novembro

Homenagem a Abdias Nascimento: Suas cinzas serão jogadas na Serra da Barriga
Local: Serra da Barriga
Horário: 09:00h

14 e 15 de Novembro

Fórum Palmarino de Capoeira
Local: Auditório da Prefeitura

16 de Novembro

Festival das Palavras Pretas
Local: Auditório da Prefeitura

17 de Novembro

II Encontro Palmarino de Religiosos de Matriz Africana
Local: Auditório da Prefeitura
Horário: 09:00h as 17:00h

18 de Novembro

Beleza Negra de União dos Palmares
Local: Praça Basiliano Sarmento
Horário: 20:00h

16, 17 e 18 de Novembro

Projeto - União dos Palmares: Uma Visão Multidimensional da Realidade de um Povo (Secretaria Municipal de Educação)
Local: Praça Basiliano Sarmento

Rota da Capoeira

06 de Novembro

Local: Alto do Cruzeiro/Roberto Correia de Araújo/Rocha Cavalcante
Grupos: TRADIÇÃO/GUERREIROS DO QUILOMBO/CANDEIAS
Horário: 16:00h

13 de Novembro

Local: Conj. Sagrada Família/Conj. Padre Donald/Cohab Velha
Grupos: ABADÁ/PALMARES/MUZENZA
Horário: 16:00h

18 de Novembro

Local: Praça Padre Cícero/Estação Ferroviária/Conj. Santa Maria Madalena
Grupos: ESSÊNCIA/LUANDÊ/NEGAÇA
Horário: 16:00h

20 de Novembro

Local: Serra da Barriga
Grande Roda da Paz
ASSOCIAÇÃO DE CAPOEIRA DO QUILOMBO DOS PALMARES
Horário: 10:00h

Oficinas

05 e 06 de Novembro

Teatro
Local: Espaço Cultural Acotirene – Org. Mirim
Horário: 09:00h as 17:00h

12 e 13 de Novembro

Dança Afro
Local: Espaço Cultural Acotirene – Org. Mirim
Horário: 09:00h as 17:00h

Realização:

Prefeitura Municipal de União dos Palmares
Secretaria Municipal de Cultura
Secretaria Municipal de Turismo
Secretaria Municipal de Educação
Secretaria Municipal da Infância e Juventude
Secretaria Municipal de Esportes

Apoio:

Associação de Capoeira do Quilombo dos Palmares - ACQP
Associação Cultural e Esportiva Quilombola - ACEQ
Cine Clube Lanterna Mágica - União dos Palmares
Postado por Franco Maciel às 14:44

Marcone Correia
Movimento Pró-Desenvolvimento Comunitário (Projeto Oásis)
Coordenador do Pontão de Cultura Ocão da leitura
Palmeira dos Índios - Alagoas
@marconecorreia
(82) 9936-8387 (82)3421-3480 (82)3421-4226

A MUDANÇA COMEÇA COM A FORMA QUE ORGANIZAMOS NOSSA VIDA!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Retomada do Território Indígena Xukuru Kariri

De acordo com o processo histórico as terras que se encontravam sob posse da família Medeiros pertencem ao povo Xukuru Kariri, que ocupavam toda esta grande região, mas com o processo de colonização aconteceram perseguições e extermínios dos povos que ficaram dispersos e sem terra e automaticamente os posseiros foram se apropriando da terra tradicional ocupada pelos Xukuru Kariri. Já em 1822 ouve a primeira demarcação de uma área de 36 mil hectares. Em 1952 acontece a retomada da Fazenda Canto e posteriormente a criação de um GT da FUNAI (Fundação Nacional do Índio) para estudar a área, este processo foi acontecendo sucessivamente nas demais sete aldeias hoje existentes em Palmeira dos Índios. Em 2008 foi publicado o decreto para demarcação da terra e em 2010, o Ministério da justiça oficializou uma área de 7.033 hectares como Terra Xukuru Kariri. Devido à morosidade da FUNAI o meio que o povo achou de pressionar e garantir que a terra seja demarcada foi FAZENDO RETOMADA da área da família Medeiros em novembro deste ano. A terra já esta sendo preparada pelos índios para o plantio de feijão de corda, tomate, pimentão, coentro, quiabo, cenoura, maxixe, chuchu, salsa, beterraba, alface, couve, repolho, girassol, andu e cebolinha. O maior desejo dos índios é que a terra cumpra sua função social e o povo trabalhe produzindo comida e não alimente a ociosidade.
Segundo as lideranças indígenas já aconteceram nesta área o encontro de educação dos índios de Alagoas, reunião com a FUNAI e Ministério Público. A retomada é das famílias por isso estão acontecendo aulas de 1ª a 5ª séries e estão com famílias das aldeias Fazenda Canto, Coité, Mata da Cafurna e Cafurna de Baixo somando aproximadamente 170 famílias em retomada. Até o momento não tiveram assistência de saúde e a FUNAI só apareceu depois de cinco dias da terra retomada bem como não houve nenhum dialogo por parte da Presidência da República.
O anseio do povo é pela criação de um GT para poder fazer levantamento fundiário da área, demarcação física, homologação e desintrusão da área que estão ocupando e das demais áreas indígenas do município de Palmeira dos Índios. Os índios pretendem tornar a terra retomada em uma área produtiva para poder colherem os frutos de seu trabalho coletivo. Isso pretendem fazer em alguns meses, pois estão preparando a terra para plantar e torná-la em uma área de reflorestamento, pois a preservação da natureza é fundamental para o povo.
Uma das nossas preocupações enquanto Xukuru Kariri tem sido com os pequenos agricultores que estão nas áreas da demarcação, por isso desejam que o INCRA indenize e reassente com dignidade os mesmos porque também são vitimas da colonização feita no Brasil e em Palmeira dos Índios.
A força e resistência vêm de suas tradições e rituais, pois ouve um processo de preparação para a retomada, e todos os dias dançam o toré como forma de manterem-se fortes. Também as parcerias e articulações dentro e fora do estado de Alagoas garantem apoio para luta como, por exemplo: o CIMI (Conselho Indigenista Missionário) Centro de Pesquisa e Documentação Maninha Xukuru Kariri, FACESTA (Faculdade Católica São Tomás Áquino , CPT (Comissão Pastoral da Terra), RECID (Rede de Educação Cidadã), UFAL (Universidade Federal de Alagoas), APOINMI (Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo. E os Povos In dígenas de Alagoas: Jeripankó, Kuiupanká, Katoquinn, Karapotó, Kariri Xocó e outros povos como Wassu Cocal, Pankararu e Xukuru de Orurubá.


Palmeira dos Índios, 17 de novembro de 2011
Suyane Souza
Coletivo de Comunicação da RECID
Região do Agreste

sábado, 12 de novembro de 2011

"No Senado, a discussão sobre o Código Florestal já se encerrou"

"No Senado, a discussão sobre o Código Florestal já se encerrou"
11 de novembro de 2011



Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


Nesta quarta-feira (9), o texto do Código Florestal passou pela Comissão de Ciência e Tecnologia e a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, sob o relatório do senador Luiz Henrique (PMDB-SC).
Mesmo tendo mudado de casa - da Câmara dos Deputados para o Senado -, os pontos mais polêmicos continuam à tona, sem que houvesse, até o momento, mudanças significativas.
Em entrevista à página do MST, Luiz Zarref, da Via Campesina Brasil, analisa a discussão que está sendo travada no Senado Federal e quais devem ser o próximos passos.
Agora, o texto segue para a Comissão do Meio Ambiente, cujo relator é o senador Jorge Vianna (PT-AC). No entanto, para Zarref, essa batalha no Senado já está perdida. Basta apenas os compromissos que a presindenta Dilma assumiu em vetar todos os pontos que que causariam mais desmatamento.

Confira a entrevista:

Qual sua avaliação em relação a discussão que foi e a que está sendo feita sobre o Código Florestal entre as duas casas – Câmara dos Deputados e o Senado Federal?
A votação está seguindo uma lógica já pré-estabelecida. Um tencionamente extremo - esticar a corda ao máximo na Câmara dos Deputados - e um discurso mais brando no Senado, mais diplomático para diminuir a tensão que teve na Câmara, diminuir esse tencionamento para com a sociedade.

Mas a lógica e a pauta são as mesmas, e os atendimentos à pauta também são os mesmos.

E o porquê desse roteiro já pré-estabelecido?

Porque é um roteiro ruralista. Essa é uma pauta ruralista. A análise da Via Campesina e do próprio Comitê, agora nas últimas duas semanas, é de que o governo abandonou o tema. Ele está preocupado com outras questões como royalties, orçamento, PPA, as questões da corrupção, e não está envolvido na questão do Código. Tanto é que não tem o alto escalão discutindo o tema, quem está coordenando a discussão são assessores do Ministério do Meio Ambiente – o que demonstra o baixo perfil que o governo está dando a essa discussão. Com isso, os ruralistas estão dando a linha que eles querem dar.

Nesse sentido, a tática dos ruralistas está funcionando. Já tinham planejado isso, de fazer um avanço muito forte, com um texto muito ruim na Câmara para caso se perdesse alguma coisa, que não fosse o essencial. E no Senado, o papel que o Luiz Henrique tem desempenhado é justamente esse: de diminuir a tensão, dizer que está conversando e ouvindo todo mundo. Mas na realidade está mantendo a essência do texto da Câmara.
E como está se dando essa discussão no Senado, especificamente?

São os mesmos conteúdos, as mesmas questões na essência: a anistia, não só de multas mas a anistia também da necessidade de recuperação de áreas; o não esclarecimento da questão da agricultura familiar, uma divisão e diferenciação clara; a permissão de plantio de espécies exóticas em áreas que deveriam ser de uso sustentável, permitindo o monocultivo de árvores; a data de área consolidada que continua 2008; e outras diversas questões que já estavam na Câmara e se mantêm no Senado.

Fala-se que no Senado houve uma mudança na estrutura do texto. O que isso significa?

É uma mudança estrutural no ponto de vista de estrutura, e não no ponto de vista de importância. O texto do Aldo Rebelo era um texto propositalmente confuso no ponto de vista legislativo. Por exemplo, o famoso artigo 8° do texto, trazia no mesmo artigo a definição do que é intervenção de atividade pública, intervenção de interesse social e intervenção de baixo impacto em área de preservação permanente. Essa é uma definição que já tem no Código Florestal atual. Mas dentro de alguns incisos ele colocava, por exemplo, a consolidação de toda atividade agrosilvopastoril.

Então, ao mesmo tempo em que ele englobava esses conceitos, colocava também a consolidação de todas as áreas: de soja e pecuária na beira do rio, por exemplo. E ainda acrescia a possibilidade de supressão de novas áreas de acordo com os estados.

No Senado se mexeu nisso. Agora, há um artigo que é específico em definição. O que é baixo impacto? Aí se elenca os elementos que são de baixo impacto. O que é interesse público? Se coloca o que é de interesse público. E assim por diante.

E no fim se coloca indisposições transitórias dizendo o que são regularizações. Então se pontua que “para área de preservação permanente será permitido para fins de recomposição considerar uma faixa de 15 metros”, por exemplo.

Antes, tudo isso estava no mesmo artigo. Era impossível a presidenta Dilma vetar o texto, porque se ela vetasse uma coisa – caso não quisesse a questão da anistia, por exemplo, e tivesse que recompor 30 metros da APP -, ela não teria como vetar, porque senão seria obrigada a vetar todo o artigo. Iria vetar o que é interesse social, o que é utilidade pública, o que é baixo impacto. Porque assim entra tudo. Entra mineração, agricultura familiar, etc.

Ou seja, tiveram essas mudanças: do que é conceito e o que é medida provisória, ou dispositivos transitórios, que é o termo jurídico.

Os ruralista não estão mais aceitando nem mesmo pontos que eram de seus interesses. Nos últimos dias, por exemplo, representantes desse setor declararam que não aceitam nem mesmo a recomposição das APPs em apenas 15 metros, assim como agora acham que a questão dos quatro módulos fiscais é muito pouco. O que significa o endurecimento desse setor mesmo com a situação mais favorável a seu lado?

Isso é manobra política dos ruralistas. Eles elevam o tom para manterem as conquistas que já tiveram. Isso é tática de negociação, se atira lá na frente para se pegar a metade. Na realidade, eles estão tencionando agora porque sabem que se não elevarem o tom, poderia ter uma ou outra modificação na Comissão do Meio Ambiente (CMA). Endurecem para dizer: o que é aceitável é isso e não dá para retroceder disso.

Vão começar a fazer uma série de pressões sobre questões que eles já tinham feito acordo para que este seja mantido de fato. Jogam dizendo que querem mais, mas na última hora, em vez do texto melhorar, ele se mantêm. Isso foi dito claramente pelos assessores do governo na Comissão de Agricultura: “não, não mexe. Não vamos tencionar porque eles já estão com raiva e querem piorar o texto. Se melhorarmos eles vão piorar. Então, vamos deixar do jeito que está porque é menos pior”.

O governo entrou nessa armadilha de não mexer porque os ruralistas estão ameaçando piorar e contam com maioria. Essa é a tática que o governo, lamentavelmente, está entrando. E a tática é ruralista: eles dão o tiro lá em cima para conseguir o texto que eles já têm na mão.

Nesta quarta (9), tivemos a votação em duas comissões, a de Ciência e Tecnologia e a de Agricultura e Reforma Agrária. Só uma, das 20 emendas, foi votada. Agora elas serão encaminhadas para a Comissão do Meio Ambiente (CMA)?

Eles vão ter que reapresentar as emendas com os senadores que estão na CMA. O que foi apresentado pelo senador que estava na Comissão de Agricultura e que não é da CMA, ele terá que se articular para que outro senador que é da CMA leve o que é de seu interesse para esta Comissão.

Só que isso também é mera tática de negociação. É só para elevar o tom e dizer: tem um monte de coisa que querem mudar no texto e se vocês começarem a mexer aí, nós vamos colocar pressão para mexer o texto do lado de cá, e assim o texto ficará pior para vocês. Ou seja, mantêm o texto do jeito que está. Isso é tática política, de negociação.

As 20 emendas serão discutidas com todas as outras emendas. Se forem apresentadas 150 emendas, serão discutidas junto com essas outras 20. Isso serve só para manobra política aqui no Congresso.

Dentre as Comissões, falta agora apenas a votação da CMA. Quais são as perspectivas?

A CMA deve votar no dia 22, e o texto deve ser votado no plenário do Senado e na Câmara na primeira, ou no máximo, na segunda semana de dezembro. No texto da CMA é possível que entre o texto da agricultura familiar, mas muito brandamente. E só. Na nossa análise não tem mais nada que irá mudar.

Avaliamos que no Senado a discussão já se encerrou. Não há mais a possibilidade de discutir. Fizemos propostas de mudanças, mas já foi. Temos que focar nossas forças para a Dilma vetar boa parte do texto. Só isso que nos resta. A única possibilidade que existe são os compromissos que a presidenta assumiu nas eleição e o compromisso que ela tem com a Rio+20 no ano que vem. No Senado não tem mais o que fazer. Agora, está na responsabilidade da presidenta Dilma.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Encontro de Formação da RECID-AL

Nos dias 11, 12 e 13 de novembro nos Cursilhos em Maceió, a RECID-AL estará realizando o encontro com o Tema:Formação para o trabalho de base em educação popular- identidade e valorização dos saberes.
Com a facilitação do Instituto Paulo Freire - IPF, com o objetivo de fortalecer os processos dos grupos de estudos nas microrregiões e qualificar o trabalho de base a partir da Educação Popular Freireana, na perspectiva da construção do Poder Popular.

Vamos lá fazer o que será!