sábado, 28 de janeiro de 2012

Segunda Etapa do Curso de Formação da RECID-AL


Cultura Popular X Cultura de Massa

Palmeira dos Índios - AL dia 27 de janeiro de 2012

No ritmo do Guerreiro iniciamos o nosso encontro declamando uma paródia e cantando o refrão: Guerreiro! Vamos cantar com a RECID à cultura popular. Assim começamos os trabalhos com uma rodada de apresentações com companheiros/as que chegaram e depois partimos para a facilitação de Educação Popular – Algumas considerações com Professor Nascimento. Vimos algumas considerações importantes na nossa prática pedagógica e popular.
Educar e ser educado, para trabalhar, conhecer a realidade e lutar para transforma-la. Sobre a constituição federal, nos direitos a moradia, entre outros, percebemos que está a penas como literatura nos escritos e em sua realidade não existe. Vendo algumas imagens fizemos a leitura de nossa realidade, a cultura popular está sendo sufocada pela cultura de massa, a cultura dominante. Às vezes a imagem é linda, como a de um canavial, mas por traz da imagem vemos que seu sustento se faz de sangue e suor de trabalhadores e trabalhadoras, a cana que invade as matas, estão desmatando para o plantio de cana e as famílias com problemas de saúde por conta do uso abusivo de agrotóxico. O esgotamento físico que agricultores sofrem para chegar na meta da produção (colheita) Se tornando um bagaço da cana. O homem é um bicho bruto que destrói a natureza. Nos slides vimos que no campo não tem gente, foram destruídas as casas do campo e os camponeses/as foram expulsos para a cidade, criando assim as grandes periferias.
Depois escrevemos no caderno o que vinha em mente ao ver as fotos. Temos dois tipos de poder decisório: Parlamento e manifestações populares. A igreja enquanto hierarquia cria o pecado e pune os pecadores. Alagoas é o terceiro estado que mais mata homoxessuais.
Compreendendo que não há como fazer uma discussão de poder sem fazer um paralelo com a igreja, pois ela é um instrumento burguês de formação ideológica. Todo poder econômico e político passavam pela igreja. Discutimos um pouco sobre a teologia da libertação e o retrocesso que estamos vivenciando, uma das coisas que sustentou a teologia da libertação era acreditar na vinda do novo, só que nós passamos por um momento no Brasil em que a teologia da libertação vai perdendo sua força, não estamos produzindo nosso próprio alimento teológico.
Como nem só de discussão vivem os e as militantes, fomos para um lanchinho, seguido do lanche e dos batuques para o retorno, continuamos a formação, entendendo que o capital valoriza muito o dinheiro e o sexo. Dentro do modelo de capital que está posto em nosso país temos que ter bem definido quem somos, é interessante a gente se identificar como realmente somos: negros, índios, brancos, pobres... Etnia, classe, posição de classe; onde estamos: mundo, continente, estado, cidade, bairro; Quais as nossas perspectivas de intervenção diante da nossa realidade. Constituímos a classe dominada e somos vítimas da classe dominante. Queremos nos transformar e juntos transformar a sociedade, para um dia termos uma sociedade justa e igualitária, e isso nós estamos começando a construir.
Depois tivemos as contribuições de Seu Toinho Pescador, com sua enorme experiência e seus belos poemas.
Depois desse rico momento teórico partimos para uma visita à retomada na Aldeia Fazenda Canto, dos índios Xukuru Kariri, foi muito bom, ouvir a luta do povo, luta que é nossa também, conhecer a realidade, se identificar com a luta, com cada rosto, sorriso, indignação e resistência do povo brasileiro. ”A terra é santa, a terra mãe, a terra é do índio a terra é de Deus”.

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